Brasil é o 4º país que mais baixou apps

Só no primeiro semestre de 2023, foram mais de 10 bilhões de apps baixados. Desenvolvimento no-code pode suprir a demanda do mercado

Ao contrário do restante do mundo, o mercado de aplicativos no Brasil está crescendo e o país ocupa o 4° lugar no ranking mundial entre as nações onde mais são baixados softwares para smartphones. Em 2023 foram mais de 10 bilhões de apps baixados entre janeiro e junho pelos brasileiros. Os dados são de um levantamento realizado pela Rocket Lab, comprovam a efervescência do setor e ajudam a explicar a popularidade de plataformas de desenvolvimento em Bubble.io, por exemplo, para a criação simplificada de apps.

Para o professor do Instituto de Educação Superior de Brasília (IESB), Orion Teles, a popularização do setor acontece, pois o dispositivo móvel passou a ser o canal de comunicação preferido dos clientes. E para acompanhar essa preferência, as empresas estão investindo cada vez mais em disponibilizar seus produtos através de aplicativos. 

Esse crescimento do mercado de apps, entretanto, só é possível através da inclusão digital. Dados do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br) apontam que, nesse sentido, o Brasil está à frente da média mundial. Os números mostram que 85% dos brasileiros com faixa etária acima dos 10 anos têm acesso à Internet, enquanto a média mundial está em 66%. 

Esse mesmo levantamento mostra que os brasileiros passam em média cinco horas, todos os dias, no smartphone. Desse período, 88% do tempo são gastos em aplicativos dos mais variados segmentos. 

Apps mais populares

Uma análise realizada pelo Portal iG, em agosto de 2023, indicou que os aplicativos mais populares no Brasil são bem diversificados. Os dados foram reunidos no período de uma semana e o TikTok ficou em primeiro lugar. Outras redes sociais, como Instagram e Facebook ficaram na quarta e décima posição, respectivamente. 

Em segundo lugar apareceu o aplicativo do banco digital NuBank e em quarto o app do governo federal (Gov.br). Essas posições comprovam os dados de outro relatório, realizado pela plataforma Distrito. Nele, foi indicado que o crescimento do setor de apps se deve ao fato de que os brasileiros estão adotando cada vez mais aplicativos para realizar transações bancárias, pagamentos, investimentos e controle financeiro pessoal.

Entre os dez aplicativos mais baixados, apenas um jogo apareceu: Ultimate Draft Soccer, game multiplayer de futebol. Shein e Shopee, aplicativos de compras, também estiveram em alta na semana da análise. 

Os dez aplicativos mais baixados populares no Brasil são: TikTok, Nubank, Shein, Instagram, Gov.br, CapCut, Shopee, WhatsApp, Ultimate Draft Soccer e Facebook.

Mercado de trabalho no-code

Diante de todo esse cenário de crescimento do mercado de apps, o desenvolvimento “sem código” ou “no-code” surgiu como uma solução viável para empresas. 

O embaixador da No-Code Start-Up, Matheus Castelo Branco, explica que, com as plataformas no-code, qualquer profissional pode criar um aplicativo do zero, em poucas semanas. Dessa forma, é possível acompanhar a transformação digital em grandes e pequenos negócios, mesmo entre aqueles que não dispõem de equipe de tecnologia da informação (TI).

O desenvolvimento de apps Flutter Flow, por exemplo, é permitido pelo uso de templates prontos. A plataforma, desenvolvida pelo Google, é usada para aplicativos nativos de Android, iOS, Mac, Windows e Web também. Com a implementação dessas plataformas, as empresas podem economizar no processo de desenvolvimento e ter maior velocidade na entrega. 

Apesar disso, Matheus alerta que o no-code encaixa-se mais no processo inicial de um software, como testes de MVP (Mínimo Produto Viável) rápidos. “Por enquanto, sistemas muito complexos e grandes ainda devem ser desenvolvidos por programação tradicional”, disse em entrevista. 

De acordo com o guia salarial Robert Half, os salários de desenvolvedor mobile em 2022 começavam em R$ 5.500, com a possibilidade de chegar a R$ 19.350.

Considerações finais

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