Com até R$ 200, é possível variar a carteira e obter rendimentos mensais, aplicando no mercado imobiliário
Os fundos de investimento imobiliário (FIIs) são uma alternativa para aqueles que desejam ingressar no mercado imobiliário sem a necessidade de adquirir um imóvel físico. Operando como um condomínio de investidores, os FIIs permitem que os recursos levantados sejam aplicados em uma diversificada carteira de ativos imobiliários, com os rendimentos distribuídos proporcionalmente às cotas de cada investidor.
Há quase dez anos investindo em renda variável, o engenheiro de software Tiago Crizanto Silva Souza conheceu os FIIs por meio de seus aportes em ações de bolsas de valores. “Identifiquei-me com os fundos porque não tenho que lidar com questões como manutenção, reforma, possíveis inadimplências de inquilinos e outras questões que a aquisição desse tipo de bem, com a finalidade de gerar renda, provoca.”
Uma das principais vantagens dos FIIs é a possibilidade de investir em imóveis a um custo acessível, sem a necessidade de grandes quantias de dinheiro. Diferentemente da compra direta de imóveis, os fundos desta categoria oferecem facilidade de venda e liquidez, além de permitirem a diversificação dos investimentos em empreendimentos de grande porte, conforme ressalta a B3.
A popularidade dos FIIs está em alta, impulsionada pelos dividendos mensais isentos de Imposto de Renda. De acordo com relatórios da B3, nos últimos anos, houve um significativo aumento no número de investidores nessa modalidade, passando de 208 mil em 2018 para 2 milhões em janeiro deste ano. Isso representa um crescimento de 33,4% em relação a dezembro de 2021, quando 1,546 milhão de investidores já possuíam cotas de FIIs.
Além do aumento no número de investidores, a quantidade de fundos imobiliários disponíveis no mercado também cresceu significativamente, passando de 380 para 805 no mesmo período. Essa expansão reflete o interesse crescente do público por essa forma de investimento.
Carteira recomendada como caminho para investir
Antes de investir em FIIs, é essencial realizar uma pesquisa detalhada e analisar o mercado imobiliário. Portais especializados em educação financeira e investimentos dão dicas valiosas e recomendações de fundos imobiliários elaboradas por especialistas.
Por meio de uma carteira recomendada de fundos imobiliários, investidores têm acesso a uma seleção criteriosa de FIIs, elaborada por analistas. Essa opção permite que investidores aproveitem as oportunidades oferecidas pelos fundos baratos e diversifiquem suas aplicações no mercado imobiliário, mesmo com recursos mais limitados.
Conforme a legislação que regulamenta os FIIs, é estabelecido que, pelo menos, 95% do lucro líquido seja distribuído aos cotistas, proporcionando uma fonte de renda recorrente. Os proventos podem ser distribuídos mensalmente, caso o fundo opte por antecipar os lucros semestrais aos investidores.
As possibilidades de destino para os valores recebidos a partir dos investimentos são inúmeras. Há quem prefira usar o retorno para aumentar seus aportes, pagar contas, viajar e incrementar a renda mensal, por exemplo. No caso do investidor Tiago Crizanto, quase todos os recursos recebidos em dividendos, juros sobre capital próprio e valorização de ações e FIIs são reaplicados em novos portfólios ou nos já presentes em carteira.
“Meu objetivo é viver de renda, por isso o foco no momento é aportar o máximo que puder para aumentar o valor dos proventos recebidos e, no futuro, atingir a liberdade financeira.” A disponibilidade atual de conteúdos e de ferramentas gratuitas sobre o assunto também são facilitadores para quem deseja ingressar nesse universo.
É importante destacar que, como em qualquer investimento, os FIIs exigem uma análise criteriosa. Consultar especialistas e estudar as informações disponíveis é fundamental para tomar decisões e aproveitar ao máximo as oportunidades oferecidas pelo portfólio mais em conta e a carteira recomendada.
Desafios e oportunidades diante da valorização dos dividendos
No início do ano, com a taxa de juros em níveis elevados, os fundos imobiliários enfrentaram desafios em relação ao valor das cotas, assim como as ações. Com isso, alguns FIIs estão sendo negociados a preços significativamente abaixo de seus valores patrimoniais, que são os valores justos dos ativos.
Como resultado, os ganhos dos investidores com a valorização do ativo foram comprometidos. No entanto, a distribuição de dividendos, de forma geral, tem apresentado um aumento em comparação com anos anteriores. De acordo com um relatório do Itaú BBA, em 2018, a média do dividend yield dos FIIs listados no IFIX (principal índice de fundos imobiliários da B3) foi de 7%. Em janeiro deste ano, esse valor subiu para 11,4%.
Analistas apontam que esse cenário ocorre porque os dividendos estão diretamente ligados aos fundamentos e à qualidade dos ativos presentes na carteira dos fundos imobiliários, enquanto o preço das cotas na bolsa é influenciado pelo cenário macroeconômico do país. Fundos que possuem participação em imóveis de qualidade e títulos de dívida sólidos continuam recebendo aluguéis, muitas vezes com o acréscimo da inflação, o que se reflete diretamente nos pagamentos aos cotistas.
FIIs acessíveis para rendimento e diversificação
Diversos FIIs apresentam bons rendimentos e têm preços considerados baratos, até R$ 200. Alguns exemplos mencionados por especialistas em artigos publicados na imprensa incluem o FII XP Malls (XPML11), que direciona seus investimentos em shopping centers e tem obtido resultados favoráveis.
Outro fundo atraente é o FII Mérito Desenvolvimento Imobiliário (MFII11), que se concentra no desenvolvimento de empreendimentos do setor. Além disso, o FII General Shopping Ativo e Renda (FIGS11) investe em shopping centers, oferecendo retornos interessantes aos investidores.
O FII CSHG Real Estate (HGRE11) também merece destaque, pois é um fundo diversificado, com investimentos em diferentes tipos de imóveis comerciais. Vale ressaltar que os rendimentos dos FIIs podem variar ao longo do tempo, sendo necessário realizar uma análise minuciosa antes de investir.
Para reduzir a volatilidade da carteira, Tiago adota uma estratégia de diversificação, investindo em diferentes segmentos. Atualmente, ele possui aplicações em fundos imobiliários de diversos tipos, como fundos de tijolo, fundos de agro, fundos de shopping e fundos de papel.
Os fundos de tijolo referem-se a investimentos em empreendimentos físicos, como imóveis comerciais e escritórios (misto, lajes corporativas e escritórios). Já os FIIs de agro estão relacionados a investimentos em propriedades rurais e agronegócio. Os fundos de shopping, por sua vez, são direcionados para investimentos em centros comerciais. Por fim, os fundos de papel são voltados para investimentos em títulos imobiliários, como Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs).
Considerações finais
Os Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs) emergiram como uma opção viável e atraente para investidores que buscam diversificação e rendimentos no mercado imobiliário sem os desafios da propriedade física.
Com uma ampla aceitação e crescimento no número de investidores e fundos, os FIIs representam uma tendência significativa, oferecendo acessibilidade, liquidez e benefícios fiscais. A expansão continuada desses fundos evidencia sua relevância e potencial na moderna paisagem de investimentos.
Gostou do nosso artigo? Então compartilhe ele em suas redes sociais. Siga Gauchaweb no Facebook e Gauchaweb no Instagram.