Comissão da Câmara aprova PLP 67/25 para ampliar o limite do MEI para até R$ 150 mil

Entenda como a mudança pode transformar a vida de microempreendedores e impulsionar a economia do Brasil

A aprovação do Projeto de Lei Complementar (PLP) 67/25 pela Comissão de Indústria, Comércio e Serviços da Câmara dos Deputados representa um marco importante para milhões de brasileiros que atuam como Microempreendedores Individuais (MEI). Atualmente, o limite de faturamento anual permitido é de R$ 81 mil, valor em vigor desde 2018. No entanto, o projeto eleva esse teto para R$ 150 mil e ainda prevê reajustes anuais de acordo com a inflação medida pelo IPCA.

Essa atualização busca corrigir uma defasagem de seis anos e ampliar a formalização de trabalhadores autônomos que hoje enfrentam dificuldades para se manter enquadrados como MEI. O deputado Heitor Schuch (PSB-RS), autor da proposta, ressaltou que muitos empreendedores acabam buscando alternativas como abrir dois ou mais registros de MEI para não ultrapassar o limite atual. A mudança, portanto, não apenas moderniza a legislação, como também estimula a competitividade, gera segurança jurídica e amplia o alcance da Previdência Social.

Segundo a Receita Federal, o Brasil já conta com mais de 15 milhões de microempreendedores individuais, responsáveis por movimentar aproximadamente R$ 70 bilhões por ano na economia nacional. Com a atualização do teto, esse número tende a crescer ainda mais, promovendo inclusão, geração de renda e estímulo ao empreendedorismo. Fonte oficial da Câmara.


O que muda com o aumento do limite para R$ 150 mil

A principal alteração prevista no PLP 67/25 é o aumento do teto de faturamento anual do MEI. Esse valor, que desde 2018 está fixado em R$ 81 mil, passará a ser de R$ 150 mil. Além disso, haverá a previsão de atualização automática em fevereiro de cada ano, corrigindo o limite pela inflação acumulada no período anterior. Isso significa que os empreendedores não precisarão esperar uma nova lei para ajustar seus negócios às realidades econômicas, evitando a defasagem que ocorreu nos últimos seis anos.

Outro aspecto relevante é a redução da informalidade. Muitos trabalhadores que hoje se desenquadravam ou optavam por manter dois registros de MEI terão a oportunidade de consolidar suas atividades em um único CNPJ. Essa medida simplifica a gestão financeira, garante acesso facilitado a crédito e fortalece o papel do MEI como um dos motores do desenvolvimento nacional.


O impacto positivo para pequenos negócios

A proposta aprovada não beneficia apenas quem já atua como MEI, mas também incentiva milhares de profissionais autônomos a formalizarem suas atividades. Pedreiros, manicures, pintores, artesãos e pequenos comerciantes poderão faturar mais sem precisar migrar imediatamente para categorias tributárias mais complexas, como o Simples Nacional.

Esse avanço é fundamental, pois permite que negócios que estão em fase de crescimento consigam se estruturar de forma mais sólida antes de enfrentar tributações mais altas. A formalização, além de dar acesso à Previdência Social, assegura direitos como auxílio-doença, aposentadoria e salário-maternidade, o que contribui diretamente para a segurança financeira dos trabalhadores e de suas famílias.


O argumento fiscal e os custos para o governo

Uma das críticas recorrentes em propostas de ampliação do limite do MEI é o possível impacto nas contas públicas. No entanto, segundo o deputado Heitor Schuch, o impacto estimado de R$ 1,5 bilhão é considerado baixo em comparação a outras despesas públicas. Ele comparou, por exemplo, com os R$ 30 bilhões destinados para apoiar exportadores afetados por tarifas internacionais e os R$ 12 bilhões liberados para socorrer agricultores do Rio Grande do Sul.

Nesse sentido, o parlamentar argumenta que o valor não compromete a sustentabilidade fiscal do país e, em contrapartida, fortalece a base de contribuintes formais, o que a médio prazo gera mais arrecadação. Afinal, quanto mais empreendedores forem formalizados, maior será a contribuição indireta para a economia, tanto em impostos quanto em geração de empregos.


Projetos paralelos em tramitação

O PLP 67/25 não é o único em debate sobre o tema. Outro projeto, o PLP 108/2021, já aprovado no Senado, prevê aumentar o teto do MEI para R$ 130 mil e permitir que esses empreendedores contratem até dois empregados — atualmente, só é permitido um. Esse projeto está pronto para votação no Plenário da Câmara e pode, inclusive, ser conciliado com o texto de Heitor Schuch.

Ainda que haja divergências em relação ao valor do novo limite, há consenso entre parlamentares e entidades ligadas ao empreendedorismo sobre a necessidade urgente de atualização. A defasagem do teto atual já não reflete as condições econômicas e sociais do país, tornando a modernização inevitável para estimular o desenvolvimento dos pequenos negócios.


A importância do MEI para a economia brasileira

Desde sua criação em 2008, o regime do MEI tem sido um divisor de águas na formalização de pequenos negócios. Ao oferecer um sistema simplificado de tributação, com pagamento de valores fixos mensais, ele permitiu que milhões de brasileiros saíssem da informalidade. Esse movimento não apenas garante direitos trabalhistas, como também cria um ambiente mais competitivo e transparente no mercado.

De acordo com o Sebrae, os MEIs movimentam cerca de R$ 70 bilhões por ano. Esse montante evidencia o peso desse segmento na economia nacional. Portanto, qualquer atualização legislativa que fortaleça o regime tem impacto direto no crescimento econômico, no aumento da arrecadação e na melhoria da qualidade de vida dos empreendedores e suas famílias.


A visão de especialistas sobre o futuro do MEI

Economistas e representantes de entidades como o Sebrae destacam que a atualização do limite é fundamental para manter o programa relevante. Sem esse reajuste, a tendência seria de esvaziamento do regime, já que muitos pequenos negócios naturalmente ultrapassam o teto em função da inflação e do crescimento econômico.

Além disso, especialistas apontam que o reajuste automático atrelado ao IPCA representa uma inovação importante. Dessa forma, evita-se que o MEI precise passar por longos períodos de defasagem até que uma nova lei seja discutida e aprovada. Essa previsibilidade aumenta a confiança dos empreendedores e garante maior estabilidade ao ambiente de negócios.


Reflexos regionais: o impacto no Rio Grande do Sul

No Rio Grande do Sul, estado do deputado Heitor Schuch, a medida tem grande relevância. A região é marcada por forte presença de pequenos empreendedores, especialmente em áreas como construção civil, serviços de beleza, artesanato e comércio de alimentos. Com o aumento do teto, milhares de gaúchos terão a oportunidade de expandir suas atividades, gerar renda e contribuir de forma mais expressiva para a economia local.

Além disso, cidades da Região Metropolitana de Porto Alegre, como Gravataí e Canoas, concentram um número crescente de MEIs. Para agências digitais e de marketing, como a Gauchaweb, de Gravataí, essa mudança representa também um universo ampliado de clientes potenciais, já que empreendedores formalizados tendem a investir mais em divulgação e presença digital para expandir seus negócios.


Conclusão

A aprovação do PLP 67/25 pela Comissão da Câmara é um passo decisivo para modernizar a legislação que rege os microempreendedores individuais no Brasil. O aumento do limite de faturamento para R$ 150 mil, com reajustes anuais baseados na inflação, corrige uma defasagem de seis anos e fortalece o ambiente de negócios. A medida reduz a informalidade, simplifica a vida de milhões de brasileiros e promove inclusão social e econômica.

Embora haja debate sobre o impacto fiscal, especialistas e parlamentares destacam que o custo estimado é baixo diante dos benefícios sociais e econômicos que a proposta pode gerar. O futuro do MEI depende de ajustes constantes que acompanhem as mudanças da economia, e essa atualização representa um avanço concreto nessa direção.

Para empreendedores do Brasil inteiro, e em especial do Rio Grande do Sul, a aprovação do projeto traz novas perspectivas de crescimento e segurança. Mais do que uma alteração de valores, trata-se de um reconhecimento da importância dos pequenos negócios para a construção de um país mais justo, inclusivo e competitivo.

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