Brasil tem 433 mil milionários em 2025, segundo banco suíço

Número impressionante revela concentração de riqueza em meio a desafios econômicos

O Brasil ultrapassou a marca de 433 mil milionários em 2025, conforme relatório divulgado pelo banco suíço UBS, uma das instituições financeiras mais respeitadas do mundo. Esse número representa indivíduos com patrimônio líquido superior a 1 milhão de dólares, o que, considerando a cotação atual do dólar — R$ 5,51 em 1º de junho de 2025 —, equivale a mais de R$ 5,51 milhões por pessoa. Essa realidade chama atenção não apenas pelo montante em si, mas principalmente pela discrepância entre o crescimento da riqueza concentrada em poucos e os desafios econômicos enfrentados pela maior parte da população brasileira.

Esse dado traz à tona discussões profundas sobre desigualdade, educação financeira, estrutura econômica, oportunidades de enriquecimento, papel do mercado financeiro e a evolução do perfil de investidores e empreendedores no Brasil. A seguir, será feita uma análise detalhada de cada um desses pontos com base em argumentos sólidos e interconectados.


A valorização do dólar amplifica o número de milionários em reais

A cotação da moeda americana impacta diretamente a percepção da riqueza em países como o Brasil. Em 2025, com o dólar sendo negociado em torno de R$ 5,51 (cotação em 18/06/2025), o valor mínimo para ser considerado milionário em dólares se traduz em mais de R$ 5,51 milhões. Essa conversão realça ainda mais a magnitude da fortuna acumulada por esses 433 mil brasileiros.

Mesmo que parte dessa fortuna esteja aplicada em ativos no exterior ou diversificada em investimentos em dólar, o poder de compra em território nacional se torna significativamente maior. Isso não apenas evidencia a capacidade de consumo e investimento dessa parcela da população, como também demonstra a relação direta entre câmbio e concentração de capital.


Crescimento dos milionários reflete mudança no perfil econômico do Brasil

Nos últimos anos, o Brasil passou por uma transição significativa em seu ecossistema econômico, impulsionada principalmente pelo fortalecimento do setor de tecnologia, do agronegócio e do mercado financeiro. Profissionais e empresários desses setores têm se destacado entre os novos milionários.

Startups de tecnologia, por exemplo, passaram a gerar liquidez para fundadores, investidores e colaboradores. O mesmo ocorre com o agronegócio, que tem se beneficiado da demanda global por alimentos, da valorização das commodities e da alta do dólar. Além disso, o acesso facilitado à Bolsa de Valores e aos criptoativos também permitiu que investidores individuais acumulassem grandes fortunas em prazos relativamente curtos.


A disparidade social e a concentração de riqueza seguem como desafios estruturais

Embora o número crescente de milionários possa ser visto como um indicativo de progresso financeiro, ele também escancara a profundidade da desigualdade social brasileira. Enquanto cerca de 433 mil pessoas acumularam patrimônios superiores a U$ 1 milhão (mais de R$ 5,5 milhões), milhões de brasileiros ainda vivem com menos de R$ 500 por mês.

Essa discrepância não ocorre por acaso. Ela está enraizada em décadas de má distribuição de renda, falta de acesso à educação de qualidade, políticas públicas ineficazes e ausência de uma reforma tributária progressiva. Ou seja, a ascensão de novos ricos não significa necessariamente que haja mobilidade social real para as camadas mais pobres.


Investimentos no exterior e blindagem patrimonial entre milionários

Outro aspecto importante a se considerar é a crescente tendência de milionários brasileiros em proteger seus patrimônios por meio de investimentos no exterior. Muitos têm recorrido a trusts, offshores e fundos internacionais como forma de diversificação e, em alguns casos, para mitigar a carga tributária brasileira.

Essa prática contribui para a chamada “fuga de capitais”, o que, apesar de ser legal e comum em mercados abertos, levanta questões sobre o comprometimento dos mais ricos com o desenvolvimento interno. Ao manterem boa parte de seus recursos fora do país, os impactos diretos sobre o crescimento do PIB e a geração de empregos locais se tornam limitados.


Políticas públicas e educação financeira: caminhos para democratizar o acesso à riqueza

Apesar do cenário atual favorecer poucos, é possível traçar estratégias para ampliar o acesso à geração de riqueza no Brasil. Uma das frentes mais promissoras está na expansão da educação financeira desde os primeiros anos escolares. Ensinar jovens e adultos sobre orçamento, investimento, crédito e empreendedorismo pode reduzir significativamente o abismo entre ricos e pobres ao longo das próximas décadas.

Além disso, políticas públicas que incentivem o microempreendedorismo, facilitem o crédito para pequenas empresas e reformem o sistema tributário de forma mais justa são fundamentais. Somente assim o Brasil poderá transformar a fotografia atual — marcada por um pequeno grupo de ultrarricos — em um cenário de maior equidade e inclusão econômica.


Conclusão

O fato de o Brasil ter atingido a marca de 433 mil milionários em 2025, segundo o banco suíço UBS, é um dado que carrega tanto admiração quanto preocupação. Por um lado, demonstra a capacidade de criação de riqueza no país e o sucesso de setores como tecnologia, agronegócio e mercado financeiro. Por outro, revela o quão distante estamos de um modelo econômico inclusivo, onde o crescimento seja distribuído de forma mais equitativa.

A cotação atual do dólar transforma esses milionários em detentores de fortunas ainda maiores em reais, ampliando seu poder de compra e influência. Ao mesmo tempo, essa valorização escancara a vulnerabilidade da economia doméstica para a maioria da população, que vive distante dessa realidade.

Diante disso, é urgente repensar políticas públicas, estimular a educação financeira e promover mecanismos que democratizem o acesso à riqueza. O número de milionários não deve ser visto como um fim em si mesmo, mas sim como um reflexo das oportunidades — ou da falta delas — oferecidas por uma sociedade. Para que o Brasil avance verdadeiramente, é essencial garantir que mais pessoas possam trilhar o caminho do enriquecimento de forma ética, sustentável e acessível.

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